Você já ouviu falar a respeito da alfabetização emocional? Ela consiste em um importante processo de autoconhecimento e autorregulação das próprias emoções que começa na primeira infância e produz um impacto positivo não somente no aprendizado, mas em toda a saúde psicológica e relacional do indivíduo ao longo da vida.
Além da dimensão cognitiva, a formação de uma criança envolve outros aspectos de grande relevância para o seu desenvolvimento, tais como os físicos, sociais e emocionais. Assim, oferecer uma educação que possibilite aos pequenos acessar e expressar os sentimentos contribui para que estabeleçam uma melhor relação consigo mesmos e com os outros, dentro e fora da escola, na infância e na vida adulta.
Escola e família têm a responsabilidade de, unidos, ajudar as crianças a desenvolver as chamadas habilidades socioemocionais, e a alfabetização emocional é o primeiro passo para isso!
Gostaria de conhecer esse método, descobrir sua importância na educação básica, as vantagens de abordá-lo em sala de aula e como fazer isso? Então, continue a leitura e confira!
O que é alfabetização emocional?
Quando ouvimos falar sobre alfabetização, a primeira coisa que nos vêm à mente é aquela etapa da vida escolar, pela qual todos passamos, de aprender a ler e escrever. No entanto, alfabetizar tem um significado muito mais abrangente, que é o de transmitir a alguém os conteúdos condizentes a qualquer assunto, questão ou tema.
Sendo assim, fica a pergunta: se as emoções têm um impacto tão grande na vida e no desenvolvimento das pessoas, por que costumamos deixá-las de lado no processo educativo? E se, ao contrário, as crianças fossem ensinadas a identificar e administrar suas próprias emoções e seus próprios sentimentos, a lidar melhor com as frustrações e ainda desenvolver empatia pelos outros?
A alfabetização emocional consiste na aprendizagem de habilidades não cognitivas, bem como de autorregulação e expressão de emoções e sentimentos.
Qual o seu principal objetivo?
O principal intuito da educabilidade emocional é possibilitar às crianças o desenvolvimento da capacidade de reconhecer, verbalizar e gerenciar as emoções e os sentimentos. Dessa forma, faz parte de uma perspectiva integral de educação, ou seja, busca trabalhar todos os aspectos humanos (físicos, psicológicos, cognitivos, sociais e emocionais) de uma maneira integrada.
Na medida em que colabora na identificação e compreensão não só das próprias emoções, mas também das de outras pessoas, esse processo permite que os pequenos consigam estabelecer relações mais sadias ao longo da vida.
Em outras palavras, contribui para o desenvolvimento das habilidades intrapessoais (autoconfiança, autocontrole, autoconhecimento etc.) e das interpessoais (empatia, colaboração, respeito etc.), assim como incentiva a uma atitude resiliente e positiva em relação aos desafios próprios da experiência humana no mundo.
Por que e como trabalhar a alfabetização emocional na educação básica?
Vale dizer que, enquanto o aprendizado é considerado um fenômeno intelectual, a aprendizagem está voltada ao aspecto emocional. Portanto, a aprendizagem pode ser considerada o processo necessário para atingir o produto final da educação, que é o aprendizado.
Nesse sentido, além do impacto direto que produz no aprendizado das crianças, a alfabetização emocional contribui para a diminuição de conflitos, como o bullying e as brigas, e de discriminações no ambiente escolar.
É importante enfatizar também que a alfabetização emocional não deve ser apenas um tema a ser trabalhado em uma disciplina específica, mas, sim, tangenciar toda a proposta educativa, integrando completamente os componentes curriculares.
Sua incorporação em sala de aula vai depender das intenções pedagógicas e da faixa etária dos alunos, mas, de maneira geral, é possível trabalhá-la por meio de contação de histórias, rodas de conversa, dinâmicas em grupo, jogos, filmes, atividades de reflexão conduzidas por um professor, entre outras estratégias.
Se a abordagem ocorrer naturalmente, os estudantes passam a enxergar a escola como um local de segurança, confiança e respeito mútuo.
Quais as vantagens de adotar a alfabetização emocional em sala de aula?
São muitos os benefícios da alfabetização emocional para a formação da criança e os efeitos positivos se estendem ao relacionamento familiar e ao ambiente escolar. Lembrando que, tais vantagens não se limitam ao presente, elas têm o poder de direcionar o futuro (pessoal, profissional e relacional) de uma pessoa.
Conheça, a seguir, algumas delas!
Autocontrole e equilíbrio emocional
Um dos pilares da alfabetização emocional é o autoconhecimento, ou seja, a capacidade de identificar as próprias emoções e os próprios sentimentos. Esse reconhecimento prévio colabora para a diminuição dos níveis de reatividade, fazendo com que a criança consiga encontrar outras maneiras de responder a situações determinadas.
Empatia e respeito ao outro
Colocar-se no lugar do outro não é uma tarefa fácil para os pequenos (e também não é para os adultos). A empatia e o respeito às diferenças exigem uma capacidade para o diálogo e uma atitude de abertura para compreender o que o outro diz e sente. Logo, é fundamental também aprender a verbalizar a forma como se sente.
Relacionamentos interpessoais
As dificuldades de relacionamento, na maioria das vezes, provêm de uma incapacidade dos pequenos de compreender e lidar com aquilo que estão sentindo. Assim, adquirir maturidade emocional pode contribuir para a melhoria de suas relações interpessoais.
Comprometimento com os objetivos escolares
Uma escola com menos conflitos e mais diálogo entre os alunos é, certamente, um lugar melhor para estar. Além disso, a administração das questões internas, como medo, ansiedade, vergonha etc., produz um aumento significativo no rendimento escolar das crianças.
Ensinar as próximas gerações a cuidar de suas emoções e se relacionar com o outro de maneira empática, respeitosa e colaborativa é tarefa de todos, uma vez que delas depende nosso futuro.
É importante frisar, por fim, que a parceria entre família e escola é fundamental para garantir o desenvolvimento integral e o bem-estar emocional das crianças.
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