A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como sugere o próprio nome, estabelece as diretrizes principais da educação básica brasileira. Seu intuito é o de definir as aprendizagens consideradas fundamentais para a formação plena dos estudantes.
Em outras palavras, ela visa garantir o acesso a uma educação que diminua as desigualdades e promova o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes de todo o Brasil, de forma que sejam capazes de contribuir com a construção de uma sociedade mais justa, ética, diversa e sustentável.
Partindo daí, a BNCC determina 10 competências gerais que devem nortear o trabalho pedagógico da rede escolar nacional, isto é, das instituições de ensino públicas e privadas, da educação infantil ao ensino médio. A efetiva aplicação dessas competências depende da união de atores diversos: professores, alunos, gestores, familiares e sociedade em geral.
Para saber um pouco mais sobre a BNCC, qual a sua importância para a educação, bem como conhecer alguns de seus principais pontos e entender como as mudanças ocorridas em 2020 incidem sobre eles, continue a leitura!
O que é a Base Nacional Comum Curricular e qual a sua importância?
A BNCC é um documento, de caráter regulamentar, que determina os conteúdos mínimos a serem oferecidos progressivamente aos alunos durante a formação básica — educação infantil, ensino fundamental I e II e ensino médio.
Seu objetivo central é combater as desigualdades na educação, aumentar as oportunidades e eliminar as defasagens no aprendizado. Busca, assim, proporcionar, a todos os alunos da rede nacional o acesso a um ensino de qualidade, de modo a permitir o seu desenvolvimento pleno, nos âmbitos físico, cognitivo, socioemocional e cultural.
É importante enfatizar que a Base não deve ser confundida com o currículo. Ela serve apenas como um ponto de partida, ou melhor, um ponto de referência para a construção das estruturas curriculares. Como dito, sua intenção é produzir um alinhamento no sistema educacional brasileiro, complementando os projetos pedagógicos e garantindo a autonomia das instituições de ensino.
Nesse sentido, ela não somente norteia a criação dos currículos, mas também orienta a produção e a revisão de propostas pedagógicas diversas, de políticas direcionadas à formação continuada docente, de materiais didáticos, entre outras avaliações.
A relevância desse documento reside no fato de que ele é um instrumento essencial para viabilizar a igualdade de acesso e de oportunidades na educação, bem como a de desenvolver competências e habilidades que tornem os estudantes capazes de enfrentar os desafios atuais, pensar criticamente e exercer sua cidadania.
Autonomia, preparação para o mundo do trabalho e construção de um futuro melhor para todos são, sem dúvida, os princípios que fundamentam a BNCC.
Quais os principais pontos da BNCC para serem trabalhados em sala de aula?
Ao todo, a Base Nacional Comum Curricular, estabelece 10 competências gerais a serem trabalhadas por todas as áreas do conhecimento e componentes curriculares.
De modo a evitar a mera transmissão e reprodução de conteúdo e assegurar a autonomia dos estudantes, elas devem ser inseridas em contextos e situações-problema.
Em outras palavras, além do “saber” (habilidades, conhecimentos, valores e atitudes), as crianças e os jovens devem ser formados no sentido de “saber fazer” (mobilização e aplicação de tais conhecimentos e habilidades para resolução de desafios e demandas da vida real).
Para facilitar, selecionamos alguns dos pontos principais da BNCC para o professor estar atento e dar maior ênfase em suas aulas. Veja a seguir!
Pensamento científico, crítico e criativo
O documento reforça a importância de uma formação voltada para o exercício do pensamento crítico e científico, cujos métodos estimulem a investigação, a curiosidade intelectual, a criatividade, a reflexão e a proposição de soluções para os problemas das diferentes áreas do conhecimento.
Valorização cultural
O Brasil é um país de dimensão continental e marcado pela diversidade cultural. Mais do que o respeito, a proposta é pela valorização das diferenças, visando garantir uma formação plural e inclusiva. Assim, as instituições de ensino devem estar preparadas para propiciar aos estudantes o acesso ao amplo repertório de manifestações culturais (locais, regionais e globais), bem como estimular a produção cultural em sala de aula.
Cultura digital
A cultura digital é um ponto bastante importante estabelecido pela Base. A ideia é de que crianças e jovens saibam utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação, sempre de maneira ética, significativa e crítica. Assim, são estimulados a fazer uso dos recursos tecnológicos para comunicação, disseminação de informações, produção de conhecimentos e resolução de problemas, sem perder de vista a responsabilidade social.
Trabalho e projeto de vida
Compreensão de seu lugar no mundo e das relações de trabalho, de modo a escolher, com liberdade, autonomia e consciência crítica, caminhos profissionais condizentes com o seu projeto de vida, com suas potencialidades e com o exercício da cidadania.
Autoconhecimento e autocuidado
Conhecer a si mesmo e cuidar do corpo e das emoções, reconhecendo suas características, opiniões e experiências culturais. Compreensão, respeito e valorização da diversidade humana, sabendo lidar com as diferenças e estando aberto ao diálogo, à troca de saberes e ao trabalho coletivo.
Comunicação
Ampliar o conhecimento sobre as diversas linguagens humanas (visuais, sonoras, corporais, verbais e digitais). Saber comunicar os próprios sentimentos e opiniões, assim como exercitar a empatia, buscando perceber como o outro pensa e sente, é uma habilidade imprescindível para a convivência sadia em sociedade.
Responsabilidade e cidadania
Tomada de decisões visando, antes de tudo, ao bem estar coletivo, isto é, baseando-se nos princípios éticos, sustentáveis e democráticos. Do mesmo modo, saber atuar individual e coletivamente com responsabilidade social e ambiental, resiliência, criticidade e autonomia.
Por fim, vale dizer que o ano de 2020 foi definido como a data para iniciar a efetiva implantação da BNCC em todas as instituições de ensino do País. Ainda que algumas das orientações já façam parte do cotidiano de muitas escolas, elas eram inseridas de maneira mais intuitiva e não sistematizadas, planejadas e integradas.
Além de gestores e diretores terem se esforçado em oferecer formação continuada aos seus docentes, de modo a que estejam preparados para ensinar conforme os novos parâmetros, as mudanças também exigiram uma revisão dos projetos político-pedagógicos.
É fato que a Base não tem o poder de resolver todas as adversidades do ambiente escolar, no entanto, ela dá um passo importante no que diz respeito a oferecer uma formação mais alinhada aos desafios do século 21.
Vimos aqui os principais pontos da BNCC. Neste outro post, esclarecemos porque tudo começa no autoconhecimento. Ficou interessado? Não deixe de conferir!
Add a Comment