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Entenda a diferença entre educação integral e educação em tempo integral

É comum que os termos educação integral e educação em tempo integral sejam tomados como sinônimos, no entanto, as propostas são bem diferentes. A primeira busca desenvolver os estudantes de modo integral (em suas múltiplas dimensões: cognitiva, física, socioemocional e cultural), enquanto a segunda sugere a ampliação do tempo de permanência na instituição de ensino.  

Ambas apresentam vantagens e desvantagens, por isso, a opção por uma ou por outra vai depender das intenções e expectativas da família no que diz respeito à formação escolar da criança ou do adolescente.  

Antes do estabelecimento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a indefinição e, consequentemente, a associação entre esses modelos era ainda mais frequente, porque os próprios documentos curriculares de algumas escolas estabeleciam os termos como sinônimos.  

A BNCC esclareceu alguns equívocos quando instituiu a educação integral como propósito. Ao fazer isso, propôs que a educação deve ter o compromisso de realizar os princípios da diversidade, equidade e inclusão por meio do desenvolvimento pleno, da integração curricular e do acolhimento da singularidade dos alunos. 

Quer entender mais sobre essas diferenças? A seguir, falamos sobre cada uma das propostas educacionais, apresentando seus benefícios, bem como seus desafios. Não deixe de conferir!  

Educação em tempo integral 

Nesse modelo, a ideia é ampliar o tempo de permanência dos alunos no interior da escola. Desse modo, eles devem cumprir uma jornada diária de, pelo menos, 7 horas — a depender das características da instituição e da faixa etária das crianças. A grade curricular também costuma variar, uma vez que é feita de acordo com o projeto político-pedagógico do colégio em questão.    

Vale frisar que a proposta, em sua origem, também se diferencia do chamado contraturno escolar. Esse é tido como uma espécie de acréscimo ao aprendizado dos estudantes em período oposto ao que estão matriculados. Assim, são ofertadas opções extracurriculares (cursos, workshops, oficinas, palestras e outras atividades) para quem deseja um complemento em sua formação.  

Por outro lado, o ensino em tempo integral não propõe apenas a possibilidade de cumprir disciplinas eletivas, mas o oferecimento de atividades que estejam sintonizadas com a proposta pedagógica da escola, contando com acompanhamento adequado.  

Uma vez que os alunos ficarão mais tempo dentro da instituição, ela deve oferecer ambientes que atendam às suas necessidades. Em outras palavras, a infraestrutura da instituição representa um fator de grande relevância.

Agora, vamos conferir, com mais calma, os prós e contras desse modelo de ensino.  

Prós 

A maior vantagem da educação em tempo integral é o aprendizado constante e diverso. Como os estudantes passam boa parte do seu dia na escola, é oferecida a eles uma diversidade grande de atividades e projetos (em diferentes linguagens e formatos, incluindo artes, esportes e até culinária).  

O desempenho escolar é muito favorecido, visto que contam com acompanhamento e auxílio dos professores em suas tarefas escolares, trabalhos em grupo e estudos em geral. O convívio mais intenso com a comunidade escolar também colabora na socialização, no aprendizado sobre o respeito à diferença e na conquista da autonomia.  

Contras 

Como desvantagens, podemos destacar o fato de que nem sempre as escolas estão preparadas estruturalmente para adotar esse modelo de ensino. Afinal, como foi dito, ele exige instalações adequadas para práticas que a sala de aula não contempla, por exemplo esportivas, artísticas e culturais.  

Somado a isso, o tempo longo de estudo longe da família pode ser prejudicial para o desenvolvimento das crianças, principalmente no que diz respeito ao âmbito emocional. Há uma mudança no papel dos pais no processo de aprendizagem dos filhos, já que eles podem não ser mais tão requisitados para o acompanhamento e a assistência nas atividades escolares como antes.

Cabe também enfatizar que a extensão do período na escola não significa, necessariamente, melhoria na qualidade de educação oferecida.  

Educação integral 

A educação integral pretende promover o desenvolvimento global dos alunos, ou seja, ela trabalha as múltiplas dimensões (física, cognitiva, emocional, cultural e social) do indivíduo de modo integrado. Não se propõe, portanto, disponibilizar um ensino focado puramente no conteúdo e no aspecto intelectual da aprendizagem.

Esse modelo de ensino visa ao fortalecimento das relações humanas de forma mais ampla, considerando a importância do bem-estar, do afeto e dos valores dos sujeitos. Para tanto, exige uma participação ativa da família no processo formativo dos estudantes. 

Suas principais características são: contemporânea, igualitária, inclusiva e sustentável. Sendo assim, ela está alinhada com as demandas do século XX e, consequentemente, com as orientações da BNCC.

O papel da escola, em parceria com a família, está em possibilitar atividades que auxiliam o aluno a reconhecer suas fragilidades e potencialidades, assim como obter as ferramentas necessárias para minimizar as primeiras e desenvolver as segundas.  

O intuito, portanto, é o de proporcionar autoconhecimento e autonomia para que os alunos sejam capazes de efetuar boas escolhas e, sobretudo, que se tornem adultos felizes, saudáveis e bem-sucedidos nos âmbitos pessoal, profissional e relacional.  

Veja os prós e contras do ensino integral!

Prós 

A vantagem mais evidente é o aprendizado amplo que esse tipo de educação proporciona. Não se trata apenas de reprodução dos conteúdos das disciplinas, mas de formação humana, articulada aos saberes dos alunos. A integração entre os conteúdos curriculares também é um ponto forte, pois o ensino fragmentado dificilmente se traduz em conhecimento.   

Outro princípio interessante é a centralidade do aluno. O ensino integral reivindica que o projeto pedagógico seja construído a partir das necessidades de cada estudante. Isso significa uma educação mais personalizada e com participação dos próprios alunos em seu processo de ensino-aprendizagem.  

As singularidades e o coletivo são contemplados, igualmente, nessa proposta educacional. Em outras palavras, ela adota uma perspectiva inclusiva com foco no respeito e na valorização das diferenças. A gestão democrática também é uma marca positiva do modelo, pressupondo que decisões e orientação nas atividades devem ser feitas de modo coletivo, isto é, incluindo toda a comunidade escolar (alunos, familiares, professores, gestores etc.) 

Contras 

Por sua vez, as desvantagens da educação integral estão relacionadas ao fato de que as propostas pedagógicas podem se tornar demasiadamente personalizadas, deixando o papel dos professores, de transmissores de saberes e conteúdos formadores, para segundo plano. 

Ainda que não seja o seu foco, a ampliação do tempo no ambiente escolar e a exigência de infraestrutura adequada podem ser consequências, uma vez que se torna necessário diversificar e aumentar as vivências educativas dos alunos. Deve-se também levar em consideração que os pais nem sempre desfrutam de tempo e de disposição para a intensa participação que esse tipo de ensino exige.  

A partir do que foi visto, as famílias podem decidir com mais tranquilidade e segurança aquilo que consideram mais adequado em termos de formação escolar. 

Por fim, vale ressaltar que a educação integral em instituições voltadas para esse ensino é mais interessante para aqueles que optam pelo modelo, pois elas estão mais preparadas para concretizar os princípios de inclusão, personalização, participação e autonomia

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